Rede de Organizações de Pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde (ROPcD-UT)

No dia 6 de Junho de 2022, no auditório da Assembleia da Republica teve lugar a “Sessão de Formalização da Rede de Organizações de Pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde”, uma iniciativa conjunta da Federação Nacional das Associações de Doenças Crónicas (FENDOC), da MAIS PARTICIPAÇÃO – melhor saúde, da Plataforma Saúde em Diálogo e da RD-Portugal – União de Associações de Doenças Raras de Portugal”.

O direito à participação dos cidadãos nas decisões que afetam a saúde da população, reconhecido na Carta para a Participação Pública em Saúde  legitima e valoriza o papel das associações da sociedade civil na defesa dos direitos dos utentes e em particular dos cidadãos com doença crónica, bem como dos seus cuidadores.

Na sessão de formalização da Rede foi assinado o “Documento de Consenso” da Rede.

Programa Europeu de Trabalho 2020-2025: EPW, Prioridades core, Principais iniciativas

O European Programme of Work 2020-2025 da OMS Europa define quatro iniciativas promotoras de mudança para que todos os Estados-Membros sejam capazes de construir uma cobertura universal de saúde, de proteger a sua população de emergências de saúde e de garantir uma vida saudável e bem-estar para todos em todas as idades. 

 

Os Estados-Membros da OMS globalmente, e a região Europa em particular, comprometem-se a implementar três prioridades core interdependentes, que constituem os pilares do 13º Programa Geral de Trabalho da OMS, 2019–2023 (GPW 13): 

  • Cobertura universal de saúde; 
  • Melhor proteção para emergências de saúde; 
  • Garantir uma vida saudável e bem-estar para todos em todas as idades. 

As prioridades core estão intimamente relacionadas com a Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030 e estão vinculadas a três metas ambiciosas para a contribuição do setor de saúde para os ODS: as metas dos três biliões (Triple billion targets). 

As três prioridades core do Programa Europeu de Trabalho (EPW) 2020-2025 surgem da necessidade de corresponder às expectativas dos cidadãos que esperam que os governos garantam o acesso a cuidados de saúde de qualidade de forma universal e sem dificuldades financeiras, sejam capazes de os proteger contra emergências de saúde e garantam uma melhor saúde e bem-estar para todos em todas as idades. O objetivo do EPW é privilegiar linhas de trabalho que contribuam diretamente para as três prioridades core integradas num programa de recuperação e reforma pós-COVID-19. É neste contexto que o EPW nos apresenta quatro iniciativas cujo objetivo é serem aceleradores de mudança. 

O trabalho da OMS Europa para apoiar a construção de uma cobertura universal de saúde será complementado por duas iniciativas: 

     Iniciativa 1 – Aliança para a Saúde Mental 

A saúde mental representa um elemento vital do bem-estar individual e coletivo, por isso surge a necessidade de criar esta aliança que reunirá representantes de alto nível e outras partes interessadas para transformar as atitudes da sociedade sobre a saúde mental. A aliança trabalhará no sentido de eliminar o estigma e a discriminação, aumentando a alfabetização em saúde mental, inclusivamente entre os profissionais de saúde. 

     Iniciativa 2Empowerment através da Saúde Digital 

A pandemia de COVID-19 deu ênfase a uma necessidade urgente de ferramentas digitais eficazes e originou uma corrida sem precedentes à implementação de serviços de saúde digital (eSaúde). Esta mudança acarreta riscos, por exemplo, em relação aos aspetos humanos dos cuidados de saúde e ao enfraquecimento dos direitos humanos. É neste contexto que surge o empowerment através da saúde digital, que tem como finalidade complementar as iniciativas de eSaúde de vários países e instituições, fornecendo orientação técnica e política e experiência em segurança e eficácia, preservando a equidade em saúde, a igualdade de género, e os direitos humanos como valores fundamentais na sua implementação. 

Com o objetivo de melhorar a proteção dos seus cidadãos contra emergências de saúde a OMS Europa propõe que as autoridades de saúde nacionais dos vários Estados-Membros realizem uma avaliação da resposta à COVID-19, nas suas múltiplas componentes, como ponto de partida para reforçar a capacidade de resposta, de forma a garantir a disponibilidade ininterrupta e universal de serviços essenciais de saúde. 

Para garantir uma vida saudável e bem-estar para todos em todas as idades, a OMS Europa sugere duas iniciativas: 

     Iniciativa 3 – Agenda Europeia de Vacinação 2030 

A “Agenda Europeia de Vacinação 2030” estabelece um novo percurso para combater as desigualdades na cobertura vacinal entre e dentro dos países. Esta iniciativa tem como principal estratégia a mobilização dos principais atores regionais, sub-regionais e nacionais no sentido maior compromisso com uma elevada e equitativa cobertura vacinal nos países. Visa proporcionar uma convergência da cobertura vacinal entre os Estados-;embros através de um planeamento inovador e de intervenções a nível local, de forma a maximizar o impacte. 

     Iniciativa 4 – Comportamentos Saudáveis: incorporando insights comportamentais e culturais 

O comportamento das pessoas pode ser negativamente afetado por fatores frequentemente negligenciados na conceção e implementação de políticas de saúde, na organização dos serviços ou no comportamento dos profissionais de saúde. Essas barreiras podem ser derrubadas através de uma melhor compreensão dos aspetos sociais, comportamentais e culturais que influenciam os comportamentos individuais. Assim, esta iniciativa promoverá o uso de insights sobre fatores sociais, comportamentais e culturais para melhorar a literacia em saúde e o desenho, procedimentos e comportamentos dos prestadores de cuidados de saúde na interação dos cidadãos com os serviços de saúde. 

Para que estas iniciativas obtenham sucesso contribuindo de forma positiva para as três prioridades core, a OMS Europa pretende ser uma força motriz para unir os esforços dos parceiros regionais e globais, melhorar a sua dedicação a cada país suportando diretamente os governadores e as autoridades de saúde nacionais e alinhar as prioridades core partilhadas pelos vários Estados Membros.    

O Plano Nacional de Saúde 2021-2030 constitui-se como instrumento de gestão e planeamento estratégico, que contribuirá para a translação do EPW para o contexto português. 

O Programa Europeu de Saúde 2020-2025 completo pode ser encontrado aqui

PUBLICAÇÃO DO GUIA E4As

O Guia E4As (assess – align – accelerate – account) recentemente publicado pela OMS apresenta um conjunto de métodos, ferramentas, orientações, e mecanismos para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável na Região Europeia. Este guia foi desenvolvido em colaboração com as autoridades nacionais, a sociedade civil e a academia e apresenta casos de estudo de diversos países, entre os quais de encontra o desenvolvimento do PNS 2021-2030 em Portugal (case study 18)

Consulte o guia em WHO/Europe | Publications – E4As Guide for Advancing Health and Sustainable Development

Seminário «Saúde e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Desafios para uma década»

Realizou-se no passado dia 9 de outubro em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian o Seminário “Saúde e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Desafios para uma década”, que contou com a assistência presencial de mais de 200 participantes, bem como inúmeros acessos em streaming de todo o país. 

Á medida que nos aproximamos do horizonte definido para o Plano Nacional de Saúde (PNS) – extensão 2020, e que se avizinha um novo ciclo de Planeamento em Saúde em Portugal, importa quanto antes integrar e focar os esforços de todos na melhoria da saúde da população, reduzindo as iniquidades em saúde. Se a extensão 2020 reconheceu e afirmou a necessidade das parcerias e do envolvimento da saúde em todas as políticas, a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, afirmando a saúde como determinante e determinada, intersetando as dimensões social, económica e ambiental, cria o contexto certo para o PNS 2021-2030 como instrumento fundamental para o alcance dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) através de uma abordagem integrada.

Na conferência inaugural, a comunicação da Drª Bettina Menne, Coordenadora de Saúde e Desenvolvimento Sustentável na Região Europeia da OMS, iluminou com uma perspetiva profunda e abrangente o roadmap possível para o novo ciclo de Planeamento em Saúde no contexto dos ODS 2030. 

Seguiu-se uma mesa em que, sob o mote da necessidade de desenvolvimento de uma estratégia de integração, foram apresentadas as perspetivas do território, do clima, da sociologia e da economia. 

Veja aqui as comunicações:

  • Manhã 1 – A importância de uma estrututra de integração para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável. (Ana Raquel Nunes)
  • Manhã 2 – Saúde e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: contributo da Geografia para a abordagem integrada. (Paula Santana)
  • Manhã 3 – Alterações Climáticas: Enquadramento Geral. (Pedro Matos Soares)
  • Manhã 4 – Entre a estrutura e a agência no debate sobre a saúde e o desenvolvimento sustentável. (Alexandra Lopes)
  • Manhã 5 – Saúde e desenvolvimento sustentável. (Julian Perelman)

No período da tarde, uma reflexão sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no Mundo Global, trouxe variadas e desafiadoras perspetivas sobre o posicionamento de Portugal no mundo. 

Veja aqui as comunicações:

  • Tarde 1 – Saúde Global – o que é e para que serve? (Isabel Craveiro)
  • Tarde 2 – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Mundo Global. (Gonçalo Motta)
  • Tarde 3 – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Mundo Global Aplicação à Filantropia.(João de Almeida Pedro)

Na conferência da tarde, a Drª Ana Cristina Garcia apresentou a perspetiva da Coordenação Técnica da Estratégia e do Plano Nacional de Saúde sobre o quadro de referência do próximo PNS no contexto dos ODS 2030 na comunicação “Planeamento em Saúde e Saúde Sustentável”. 

A Senhora Diretora Geral da Saúde fez o lançamento público da “primeira pedra” do processo de construção do PNS 2021-2030, convidando todas e todos a serem seus coprodutores.

 Na sessão de encerramento esteve presente o Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde

Assista aos vídeos do Seminário:

Em breve será disponibilizado um documento-resumo com as conclusões do Seminário.