A Fundação Portuguesa do Pulmão considera oportuno trabalhar no sentido da elaboração dum documento de consenso sobre Doenças Respiratórias Crónicas em Portugal: Estratégias, Intervenções e Desafios, tendo em atenção o peso que essas doenças têm na Sociedade Portuguesa e no nosso Sistema de Saúde.
Portugal é um dos subscritores dum documento aprovado durante a 64ª Sessão da Assembleia Geral da OMS sobre Prevenção e Controlo das Doenças Não Transmissíveis, no qual é salientado que as condições em que as populações vivem e os estilos de vida influenciam a sua saúde e qualidade de vida, e que as mais importantes doenças não transmissíveis estão ligadas a factores de risco comuns, nomeadamente o fumo de tabaco, abuso do álcool, dietas não saudáveis, inactividade física, carcinogéneos e outros factores ambientais, e estando cientes de que estes factores de risco têm determinantes económicas, sociais, de género, comportamentais e ambientais, do que resulta a necessidade duma resposta multisectorial no combate a estas doenças.
As doenças crónicas tradicionalmente incluíam as doenças cardiovasculares, diabetes, asma, DPOC; com o aumento da sobrevida outras doenças tendem a integrar o grupo: cancros, VIH/SIDA e as doenças mentais. Entre os cancros há que salientar o cancro do pulmão. De facto a sua relação com o tabaco e a DPOC, a duração da história natural da doenças e os progressos terapêuticos recentes, justificam plenamente a sua inclusão no grupo das doenças crónicas.
As doenças crónicas têm como característica comum necessitarem de respostas complexas, a longo prazo, coordenadas por diversos grupos de profissionais de saúde, com acesso aos medicamentos e equipamentos necessários e as intervenções devem ainda abranger a área social. Contudo, hoje em dia, a prestação de cuidados de saúde está estruturada fundamentalmente para responder aos episódios agudos.
Muitos países europeus têm vindo a pôr no terreno diversos Programas dirigidos à Prevenção e Diagnóstico Precoce da Doença. Entre os Programas de Prevenção muitos dirigem-se ao consumo do tabaco e os estudos de custo-efectividade desses Programas têm demonstrado resultados claramente positivos.
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