O Instituto Português do Ritmo Cardíaco (IPRC), IPSS, é uma associação médica, que tem como finalidade a realização e desenvolvimento de actividades de carácter científico e tecnológico, educativo, social e cultural nos domínios do ritmo cardíaco, electrofisiologia e pacing cardíacos ou com elas relacionados. Integra cardiologistas que se dedicam à arritmologia, estando representados os principais centros que no país praticam electrofisiologia de intervenção, nomeadamente ablação por cateter no tratamento de arritmias e colocação de pacemakers e cardioversores-desfibrilhadores implantáveis.
Consideramos que o IPRC poderá dar um importante contributo ao PNS 2011-2016 dada a relevância dos problemas arrítmicos a nível da Saúde Pública, nomeadamente a sua relação com a morte súbita, principal mecanismo de morte, superando o das ocasionadas em conjunto pelo AVC, cancro do pulmão, cancro da mama e sida (Zheng Z. Circulation. 2001;104:2158-2163).
A importância do nosso contributo deriva também do acentuado impacto económico do tratamento destes doentes, estando nós interessados que a todos seja oferecido a melhor terapêutica, de acordo com as recomendações internacionais, mas de igual modo que esta possa ser fornecida com o menor custo para o erário público.
Pensamos que os problemas arrítmicos integram o grupo das situações de maior impacto a nível da saúde, sendo fundamental a consensualização das necessidades de prescrição racional nesta área, quer de medicamentos e MCDT quer dos dispositivos médicos utilizados.
Por fim, é fulcral a definição das redes de referenciação nesta área, de modo a assegurar que os doentes tenham acesso aos melhores meios de tratamento, com significativos ganhos de saúde.
Sendo nosso propósito participar na fase de discussão pública do documento, estamos desde já à disposição para fornecer dados de que dispomos e opiniões técnicas sobre assuntos da nossa área que nos queiram solicitar.
Registo com agrado (como cidadão), a vontade do IPRC em participar activamente neste processo, pois que o conhecimento científico, tecnológico e clínico que esse Instituto pode transmitir aos responsáveis pelo planeamento da saúde durante os próximos cinco anos, certamente contribuirá para que os doentes tenham direito a estar protegidos contra a morte súbita, possam ter mais qualidade de vida, o que se transformará em ganhos de saúde, con reflexo quer nas taxas de mortalidade, quer de morbilidade.
Exorto a entidade responsável pelo PNS 2011-2016 a ouvir estas entidades especialisadas.