Neste ano, a OMS publicou o relatório apresentado pela “Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde”, o qual relaciona a saúde-doença com os determinantes sociais, e reforça a importância da dimensão social, económica, ambiental, cultural e relacional, apelando para a “redução da desigualdades no período de uma geração“ (igualdade na saúde através da acção sobre os seus determinantes).
A intervenção do Serviço Social na prestação dos cuidados de saúde é condição fundamental para a qualidade dos mesmos. Definir critérios para a intervenção social na saúde de acordo com as características da população (como exemplos, dados de morbilidade e mortalidade reportados a várias patologias como sejam as Doenças Cardiovasculares e a especificidade dos Cuidados Continuados) – um contributo multidisciplinar integrado, um compromisso entre profissionais e seu envolvimento com a população na base do entendimento de saúde como um factor, entre outros, fundamental ao desenvolvimento global, introduzindo as questões sociais, familiares, económicas, culturais e ambientais, capaz de compreender o modo como diferentes factores interferem e se complementam entre si e em cada área geográfica.
No âmbito da Saúde e inserido em equipas multidisciplinares, o desempenho profissional do Assistente Social visará, entre outros:
– Contribuir para a compreensão dos problemas e necessidades da pessoa com doença, enquadrando-a num determinado contexto familiar e sócio-cultural e interpretando as circunstâncias desta à luz da sua história de vida;
– Colaborar na promoção da qualidade de vida dos destinatários da sua intervenção, a qual passa frequentemente pelo desenvolvimento de competências pessoais e sociais cognitivas (do conhecimento), relacionais e organizacionais;
– Participar em acções de carácter educativo, abordando os factores psicossociais, culturais e económicos que podem interferir no processo saúde/ doença, dando ênfase a todas as actuações /acções de carácter preventivo;
– Promover o suporte emocional ao doente e familiares facilitando a expressão dos sentimentos e receios provocados pela doença e sua evolução;
– Estimular o envolvimento do doente, bem como dos familiares e/ou cuidadores, aos programas de educação para a saúde, visando melhorar a adesão ao tratamento e a aceitação da doença, minorando as suas consequências;
– Potenciar a consciencialização dos cidadãos sobre as necessidades e as responsabilidades na saúde e na doença e fomentar a sua capacitação para uma participação activa na melhoria dos serviços e dos cuidados;
– Reforçar a advocacia social em favor do doente e família relativamente aos direitos e deveres da cidadania;
– Mediar e fomentar a articulação e cooperação das redes de suporte social da comunidade (a qualidade dos cuidados prestados também decorre da conjugação dos recursos informais com os formais, deve resultar da partilha de esforços e da combinação de sinergias, entre os diversos parceiros da sociedade civil, designadamente, família, amigos, vizinhos e instituições públicas/privadas/sociais).