A população está a envelhecer, resultante do aumento da esperança de vida, contribuindo para isso fortemente a eficácia dos profissionais de saúde.
O grande desafio no nosso século, em termos de saúde, vai ser como organizar um plano sustentado de apoio às pessoas idosas no seu meio natural, conseguindo ganhos em saúde física e psicológica, evitando os malefícios das hospitalizações (infecções cruzadas, elevados custos nos cuidados diferenciados, inoperância dos hospitais devido à enorme afluência de clientes,…).
É evidente que o grupo profissional ‘Enfermeiros’ é o que está em melhor posição (e em número) para fazer face ao desafio. É preciso e urgente investir em instrumentos que possibilitem a medição dos ganhos em saúde resultantes da acção dos Enfermeiros, abandonando progressivamente a gestão ‘a olho’ e criando sistemas de suporte à decisão.
As minhas expectativas relativamente aos planos que são criados em Portugal são baixas. A minha percepção é que muitas vezes os planos servem para sustentar uns tantos cargos de gente que pretende poder, normalmente médicos, e que inquinam os reais benefícios de ideias de base que seriam boas. Pelo menos, esperava-se que fosse dada autonomia e responsabilidade aos Enfermeiros para tomarem decisões e conseguirem benefícios em termos de ganhos de saúde…
É frequente ver um director vangloriar-se dos ganhos e assim conseguir reforças a sua posição, muitas vezes esquecendo ou desvalorizando quem suporta os resultados. Esperemos que me provem que estou errado. É essencial criar uma base de dados única que permita comparar a eficácia de equipas com trabalho similar. É urgente criar indicadores de eficácia. É urgente conhecer o real custo unitário dos resultados conseguidos. A mesma base que poderá ter dados susceptíveis de serem mensurados, deverá ter memorandos dos resultados intangíveis, que muitas vezes têm eficácia retardada. É necessário encontrar formas de responsabilizar também os utentes que deliberadamente contrariam a acção dos técnicos de saúde e que contribuem para frear os resultados positivos das estatísticas, como é o caso de consumo de substâncias aditivas…
A sustentação de qualquer plano baseia-se num trabalho contínuo, sistemático, inteligente (com capacidade para detectar novas necessidades e precaver a sua evolução indesejada).