Enquadramento
“O sentido da visão possui um elevado significado social, representando um meio de comunicação fundamental para a relação entre as pessoas e para a actividade profissional. Sabe-se que a visão deve ser preservada desde o nascimento, sendo imperativo prevenir e tratar a doença visual, a qual provoca, sempre, diminuição da qualidade de vida, com repercussão negativa a nível pessoal, familiar e profissional, para além de causar elevados custos sociais.
O Programa Nacional para a Saúde da Visão (PNSV) tem como objectivos gerais:
1. Reduzir a incidência e a prevalência previsíveis de cegueira legal e de casos de perda de visão associados a patologias acessíveis a tratamento.
2. Reduzir a proporção de problemas de saúde da visão não diagnosticados, nas crianças, nos jovens e na população adulta.
3. Reduzir a proporção de problemas de saúde da visão determinantes de perda de funcionalidade e independência nas pessoas com 55 e mais anos”.
(in Programa Nacional para a Saúde da Visão – 2005)
Genérico
O PNSV aconselha algumas intervenções, particularmente dirigidas à criança e à população activa, uma vez que se têm identificado os seguintes constrangimentos:
• Ausência de rastreios sistemáticos de doenças visuais e de referenciação organizada,
• Insuficiente acesso a cuidados oftalmológicos,
• Referenciação demasiado tardia para a Consulta de Oftalmologia,
• Insuficiente comunicação entre médicos de família e oftalmologistas e vice-versa,
• Insuficiente cultura da população sobre problemas da visão
• Inexistência de dados epidemiológicos sobre a doença visual em Portugal.
Nestes termos, tendo por pressuposto que a detecção precoce é o principal meio de evitar a cegueira evitável, passa-se a responder às seguintes questões:
1. Em que áreas e como podem os portugueses obter mais ganhos em saúde de forma sustentável?
No âmbito da oftalmologia sugere-se:
Difusão de uma Cultura universal sobre a Visão – Orientações sobre prevenção, cuidados e cronograma de observações oftalmológicas (idades chave).
Como?
Formação/Informação junto da população e dos Médicos de Família/Profissionais dos Cuidados de Saúde Primários, Escolas/Pais, etc., através da divulgação das Boas Práticas em Oftalmologia – Avaliação e Referenciação (CD interactivo – DGS 2008);
2. Que expectativas possui relativamente ao PNS 2011-2016? Como é que este pode ser útil na obtenção de mais valor em saúde?
No âmbito da Oftalmologia, através de:
A – Programa de combate à cegueira evitável – Diabetes e Catarata, já em evolução.
B – Programa de Detecção Precoce da Doença Visual em dois grupos etários marcantes – aos 4 e aos 40 anos. Para isso, eventualmente, criação de unidades móveis (com financiamento de Fundação?) para exame oftalmológico. (Nota: encontra-se já elaborado o projecto – Rastreio Visual da Criança)
C – Programa de Formação a Clínicos Gerais, Ortoptistas e Enfermeiros, a nível nacional.
3. Como é que o PNS 2011-2016 pode apoiar a missão do vosso programa na obtenção de ganhos em saúde de forma sustentável?
Evidenciando e reconhecendo a importância do(s) problema(s).
Dando/garantindo meios para combater o(s) problema(s).
4. Como é que os resultados do vosso programa, na obtenção de ganhos em saúde, podem ser percebidos, medidos e valorizados?
Com metas (indicadores/monitorização) e com universalidade, como por exemplo:
A. Atrasando a mediana da idade da cegueira (desvio da mediana para a direita) como no caso da retinopatia diabética, da catarata, etc.
B. Identificando precocemente as patologias susceptíveis de provocar cegueira ou que possam evoluir para a cegueira (ambliopia, estrabismo, tumores, glaucoma, entre outras).
C. Pela adesão dos prestadores de Cuidados de Saúde Primários e outros intervenientes em acções de formação (Médicos de Família, Clínicos Gerais, Ortoptistas e Enfermeiros).
Parabéns pelo Programa.
Não esqueçam, p.f. nestes programas de formação e outros meios de informação, dos médicos nas empresas (Estamos cá e atentos !) quer os de Medicina do Trabalho, quer os de Medicina Geral e Familiar – existentes com os acordos das respectivas ARS.
No nosso caso, Cimpor empresa de dimensão Nacional, são efectuadas consultas e rastreios regulares de visão por estes clínicos e suas equipas e articulamos com os Cuidados de Saúde Primária , na medida do possível.
Médica Coordenadora
Isabel Cunha
Plano absolutamente ridículo, quem o fez não tem noção do que acontece no país. Bastaria ver as listas de espera do ALERT. O sistema oficial não tem condições para atender a demanda. Detectar os problemas é o de menos, eles são detectados precocemente, qualquer CS tem condições de fazer o teste de rastreio de acuidade visual. O problema é conseguir atendimento pela especialidade (oftalmologia) em tempo hábil.
Para completar o plano parece um exercício de um aluno de mestrado abaixo da média