Contributo enviado por Irene Escudeiro, Associação Portuguesa da Psoríase, 13/05/2010
Para a PSOPortugal é nas áreas da dermatologia e reumatologia que os portugueses com psoríase e artrite psoriásica poderão obter mais ganhos em saúde, de forma sustentável, se tratados atempadamente por especialistas. Esta afirmação prende-se com o facto da psoríase, que aparece cedo mas que é para toda a vida e para a qual não há prevenção, não ser só uma doença de pele desagradável a tratar com medicamentos tópicos e hidratantes. Ela necessita em situações mais graves de tratamento sistémico (agressivo), fototerapia e biológicos. Tem associada a si a artrite psoriásica que é uma doença articular invalidante, tratada com anti-inflamatórios, medicamentos sistémicos (metotrexato) e biológicos. É responsável por casos de absentismo.
Por vezes os tratamentos, que ajudam a melhorar a qualidade de vida, originam outras patologias: gastrointestinais, hepáticas, pulmonares, cardiovasculares, depressão (inerente e comum a quase todos os psoriásicos ao longo da sua vida), diabetes, oftalmológicas e outras. As mais recentes investigações médicas assim o confirmam.
O tratamento atempado e continuado é determinante e não só com medicamentos. É indispensável ter acesso facilitado a emolientes, champôs e cremes hidratantes que, não sendo considerados pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS) como medicamentos, são muito dispendiosos e sem qualquer comparticipação (IVA escalão máximo). Por razões económicas os doentes abandonam muitas vezes estes cuidados “primários” e os medicamentos, fazendo com que a doença regrida perdendo-se ganhos de saúde.
As expectativas em relação ao Plano Nacional de Saúde estão ligadas às seguintes pretensões:
- Instituição do estatuto de doença crónica incluindo neste a psoríase e a artrite psoriásica.
- Criação do registo nacional de doente crónico
- Isenção de pagamento de taxas moderadoras por doentes portadores de doença crónica
- Elaboração de mecanismos que facilitem aos doentes o acesso rápido às diferentes consultas de especialidade no SNS (dermatologia, reumatologia, psiquiatria, psicologia, e outras).
Os ganhos serão: menor absentismo ao trabalho, menor ansiedade, menor dispêndio em medicamentos e melhor qualidade de vida dos doentes.
Considerar as doenças dermatológicas (psoríase e outras) e as reumatóides (artrite psoriásica incluída) como áreas prioritárias de saúde a tratar, proporcionará ganhos em saúde de forma sustentável. Interessa à associação candidatar-se a programas através de projectos que possam auxiliar os seus associados. É necessário, também, criar modalidades de apoio ao funcionamento destas associações.
Os resultados na obtenção de ganhos em saúde serão percebidos, medidos e valorizados cumprindo-se as regras de controlo dos projectos e programas a que se candidatar.
Segundo as palavras da Senhora Ministra da Saúde, Dra. Ana Jorge: “A despesa em Saúde representa, antes de mais, um investimento no bem-estar dos cidadãos”. A PSOPortugal está completamente de acordo com esta afirmação e garante que esta tem sido sempre a sua superior preocupação.
Li com muito agrado as pretensões através das quais pretendem sensibilizar as auto-
ridades nesta matéria ( a psoríase) o mesmo é dizer o SNS -Serviço Nacional de Saú-
de nomeadamente a última pretensão.É com com bastante (agora) desagrado que re-
gisto um atraso significativo para uma consulta de dermatologia no hospital da minha cidade de Guimarães – o CHAA Centro Hospitalar do Alto Ave -. Sou portador de psoría-
se desde 1991, sei que não há solução para esta doença de pele, todavia esta vossa
notícia tras-me algo de positivo neste sentido. Bem hajam
Melhores Cumprimentos
Élio Alberto Ferreira Gonçalves
É um texto muito pertinente e a ser tido em conta pelos decisores da Politica do nosso País.